Movimento foi uma das palavras que resumiram 2023. Reparação e autocuidado radical ganharam destaque nas atividades da Iniciativa Negra.
Mais uma vez colocamos nossas vozes e corpos em movimento na construção de uma nova política de drogas. Em 2023, atuamos no nosso terreno do dia a dia: o combate ao racismo e a defesa dos direitos humanos. Isso foi possível a partir dos espaços de decisão e diálogo na esfera pública que ocupamos e abordando pautas como a reparação para vítimas da guerra às drogas, descriminalização da maconha e os índices de letalidade policial. Mas, também aumentamos nossa bagagem e trouxemos o debate sobre saúde mental e autocuidado radical para a roda.
Fechamos este ano com encontros, diálogos, afetos e muitas trocas na Conferência Internacional Iniciativa Negra por Direitos, Reparação e Justiça, mas este foi apenas um dos momentos marcantes que a Iniciativa Negra mobilizou este ano. Agora seguimos firmes na luta por uma nova política de drogas. Relembre 2023 conosco!
Diálogos em Brasília
Iniciamos o ano estreitando o diálogo com os novos representantes do governo federal. Em fevereiro, a Iniciativa Negra e a Plataforma Brasileira de Política de Drogas visitaram ministérios e secretarias para apresentar propostas para o campo da política sobre drogas nos primeiros 100 dias de governo. Veja mais aqui.
Campanha ‘Brisas de Carnaval: Apologia ao Cuidado na Folia’
[São Paulo] Bloco Cecílias e Buarques
A ação promovida em parceria com o Centro de Convivência É de Lei e o Bloco Cecílias e Buarques, em São Paulo, levou 100 redutores de danos para as ruas. A equipe acompanhou o percurso do bloco distribuindo água, preservativos e muita informação sobre ISTs e os efeitos do uso de substâncias. Veja como foi aqui.
[Salvador] Bloco Pega a Visão
Entramos na folia com o Bloco Pega Visão, que desfilou pelas ruas do Pelourinho, e a Iniciativa Negra esteve junto atentando para a importância de ações individuais e coletivas de redução de danos relacionadas ao uso de álcool e outras substâncias. Veja como foi aqui.
Iniciativa Negra no CMASS
A Iniciativa Negra foi eleita como uma das representações da sociedade civil na gestão 2023-2025 do Conselho Municipal de Assistência Social de Salvador (CMASS). A posse aconteceu no dia 3 de Março.
Julgamento sobre a ilegalidade de abordagens policiais feitas com base no perfil racial
A Iniciativa Negra participou como amicus curiae no processo de julgamento no STF da ilegalidade de abordagens policiais feitas com base no perfil racial. Rodrigo Mesquita nos representou na sustentação oral realizada em março. Reveja a fala aqui.
Participação na CND
Levamos a perspectiva latino-americana para a 66ª Comissão de Narcóticos (CND) em Viena. O evento aconteceu em março, além da Iniciativa Negra também estiveram presentes representantes do Centro de Convivência É de Lei, Plataforma Brasileira de Política de Drogas e Rede Nacional de Feministas Antiproibicionistas (Renfa). Violência policial, redução de danos em cenas de uso foram alguns dos temas que comentamos por lá. Veja como foi aqui.
Boteco Brasileiro de Política de Drogas
O Boteco Brasileiro de Política de Drogas fechou o ano com 28 edições. Nos encontramos para debater, construir e celebrar! Salvador e São Paulo foram palcos desses encontros, mas até Belém também nos recebeu.
Agenda Política com mães e familiares de vítimas de violência do Estado
Em maio, mobilizamos uma agenda em Brasília com mães e familiares vítimas da violência de Estado. A ação foi promovida em parceria com a Conectas Direitos Humanos e articulou momentos de escuta com a Câmara dos Deputados, Senado Federal, Ministério da Mulher e Ministério de Promoção da Igualdade Racial.
Iniciativa Negra no CONAD
Em junho, o Conselho Nacional de Política sobre Drogas (CONAD) viveu um momento histórico com a sua primeira eleição aberta. A Iniciativa Negra foi eleita como a segunda organização mais votada. A posse aconteceu em outubro, relembre aqui.
1º Festival de Rima e Rap Iniciativa Negra
O 1º Festival de Rima e Rap organizado pela Iniciativa Negra, com apoio do movimentou o Pelourinho em maio. Foram mais de 500 pretos e pretas ocupando o Largo Tereza Batista num movimento de celebração de nossa cultura. Teve batalha de rima com intérpretes de libras, programação musical que colocou o público para dançar na roda.
Pesquisa Iniciativa Negra por Direitos, Reparação e Justiça
Lançado em junho, o estudo traz panorama sobre ações de reparação e justiça no campo da política de drogas, com foco na população negra, parcela mais afetada pela violência, dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Pará e Distrito Federal. Leia aqui.
Marcha da Maconha em São Paulo
Em junho, nos juntamos à Marcha da Maconha em São Paulo com o mote de lançamento da nossa pesquisa “Iniciativa Negra por Direitos, Reparação e Justiça”: #RepararÉOMínimo. A Marcha completou 15 anos em São Paulo e teve como tema “Antiproibicionsimo por uma questão de classe, reparação por necessidade”. O “esquenta” para o ato integrou a programação do Boteco Brasileiro de Política de Drogas, veja como foi aqui.
Marcha das Mulheres Negras em Salvador
A Iniciativa Negra participou da 11ª edição do Julho das Pretas e esteve na marcha “Mulheres Negras em Marcha por Reparação e Bem-Viver” realizada em Salvador, pelo Movimento de Mulheres Negras da Bahia, no dia 25 de julho quando é celebrado o Dia da Mulher Latino-americana e Caribenha. Relembre aqui.
54ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas
Em setembro, nosso diretor executivo e cofundador Dudu Ribeiro representou a Iniciativa Negra no Conselho de Direitos Humanos da ONU. A reunião aconteceu em Genebra, na ocasião foi lançado um documento histórico sobre a política de drogas, assinado pelo Alto Comissariado e por mais de 133 organizações, denunciando o fracasso das políticas punitivas em matéria de drogas e da própria “guerra às drogas” global, apelando a uma nova abordagem do tema, baseada na saúde, nos direitos humanos e na regulamentação das drogas. Veja as fotos aqui.
ExpoCannabis no Brasil
Setembro também foi o mês em que a ExpoCannabis aterrissou no Brasil com sua primeira edição e nós marcamos presença trazendo a pauta da reparação para o debate. Nathália Oliveira, diretora executiva e co-fundadora da Iniciativa Negra, participou da mesa “Perspectivas sobre Cannabis na América Latina”. Confira um trecho da fala aqui.
Workshop de Dados em Salvador
Em uma ação inédita articulada pelas organizações da sociedade civil Iniciativa Negra por uma Nova Política Sobre Drogas, Instituto Fogo Cruzado e Rede de Observatórios da Segurança foi realizado, em Salvador (BA), o workshop (Re)Alinhando Dados para a Promoção da Paz e de Políticas de Segurança e Prevenção à Violência na Bahia aconteceu em outubro. Leia mais sobre aqui.
Conferência Internacional pela Reforma da Política de Drogas nos EUA
Em mais uma agenda internacional, Dudu Ribeiro, diretor executivo e co-fundador da Iniciativa Negra, nos representou na International Drug Reform Policy, que aconteceu em outubro no Arizona (EUA) e é promovida pela Drug Policy Alliance. Relembre aqui.
Marcha da Maconha em Salvador
A marcha contra a proibição ganhou as ruas de Salvador e a Iniciativa Negra estava presente. Em novembro, as ruas do centro histórico foram tomadas por mais uma edição da Marcha da Maconha, que reuniu ativistas, coletivos, organizações e a sociedade civil que defendem a descriminalização e a legalização. Veja como foi aqui.
Pesquisa Liberdade Negra sob Suspeita
Novembro foi marcado pelo lançamento da pesquisa “Liberdade Negra Sob Suspeita: o pacto da guerra às drogas em São Paulo”. A pesquisa teve como objetivo avaliar a aplicação da Lei de Drogas, a partir de uma visão ampla, mas bastante atenta ao impacto que os diferentes tratamentos penais têm na vida de pessoas negras, de suas famílias e comunidades, através de atos da segurança pública e da justiça criminal. Leia aqui.
Conferência Internacional Iniciativa Negra por Direitos Reparação e Justiça
Fechamos o ano com a nossa Conferência Internacional Iniciativa Negra por Direitos, Reparação e Justiça. Neste espaço, colocamos o racismo no cerne de problemas sociais vivenciados pela comunidade global, principalmente nas Américas, como violência, desigualdade, injustiças penais e encarceramento em massa da juventude negra, atribuindo responsabilidades e reforçando o conceito de memória e verdade para impedir a repetição de atos que provocam danos irreversíveis para gerações de pessoas e suas famílias. Veja como foi aqui.
