Iniciativa Negra
Palco do evento de lançamento da campanha 'Na guerra às drogas, você também é vítima'. Da direita à esquerda estão: Nathália Oliveira, Luciana Boiteux, Luana Malheiro, MC Martina e Pâmela Carvalho. Foto: Alexandre Gondim.

Por uma nova política sobre drogas com a garantia de direitos e a cultura de paz no centro do debate

Difusão e Cultura
Participação Social
02/09/22
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‘I Encontro Nacional sobre políticas de drogas, democracia e direitos humanos’ marca o lançamento da campanha ‘Na Guerra às Drogas, você também é vítima’, reunindo vozes diversas para debater os novos caminhos para política de drogas no país. 

Entre os dias 29 e 31 de agosto, o Rio de Janeiro foi palco do I Encontro Nacional sobre Políticas de Drogas, Democracia e Direitos Humanos. O evento promovido pela Plataforma Brasileira de Política de Drogas em parceria com a Iniciativa Negra por uma Nova Política sobre Drogas reuniu organizações da sociedade civil e convidados/as, foram mais de 100 pessoas compondo as vozes múltiplas que representaram o Brasil de norte a sul na construção de uma agenda que interrompa a guerra às drogas.

O mote foi trazido pela campanha ‘Na guerra às drogas, você também é vítima‘, lançada dentro da programação do Encontro. Além de refletir sobre as agendas já colocadas pela atuação da PBPD e da Iniciativa Negra (como segurança pública, garantia de direitos, justiça criminal e reparação racial), também abriu-se espaço para pensar de forma ampla o processo de construção de uma nova política sobre drogas.

“O momento político pelo qual o nosso país passa é bem atípico. Então, achamos que seria importante conseguir fazer um encontro aberto da PBPD. Um momento que permita de reflexão sobre a pauta da política de drogas e seus vários temas com as organizações que compõem a rede e com organizações, que desde que a plataforma surgiu vem se aproximando da temática”, explica Nathália Oliveira, coordenadora executiva da Iniciativa Negra. 

As conversas feitas pelos participantes nos dias de imersão buscaram refletir sobre eixos como cultura de paz, participação social, respeito à liberdade e danos do proibicionismo. A troca de experiências foi palavra-chave na condução das conversas sobre a ‘Agenda emergencial pelo fim da guerra às drogas’ que ganhou corpo com as vozes de representantes de todas as regiões do país e em atuações diversas.

“A gente quer legalização de qualquer jeito? Assim, a gente não vai querer a legalização. Porque se vier uma legalização sem reparação das comunidades, dos territórios e das famílias também não nos serve. Se for legalizar para um povo e oprimir para outro, como tem acontecido no Uruguai, também não nos serve. Então, o nosso modelo a gente vai ter que criar a partir do cruzamento de olhares, a partir desse lugar”, pontuou Luana Malheiro na abertura das atividades no dia 29 de agosto. 

Ainda no dia 29 de agosto, aconteceu no Ganjah Coffeshop, o lançamento do ebook “Cuidado e atenção às pessoas que usam drogas na pandemia” de autoria coletiva de integrantes da PBPD. A roda de conversa foi conduzida por Luana Malheiro, organizadora do livro, que relatou o processo de construção do material.

Vozes diversas pelo fim da guerra às drogas

Durante os dias 29 e 30, a proposta dos encontros foi refletir acerca dos eixos apresentados pela ‘Agenda Emergencial pelo Fim da Guerra às Drogas’. Os participantes tiveram a oportunidade de ter um espaço para se conectarem com as diferentes perspectivas da luta pelo fim da guerra às drogas.

Cuidado; regular para reparar; justiça e segurança; participação social e controle social. Esses são os eixos que protagonizam a série de ações para trabalhar ativamente políticas públicas que nos levem para o fim da guerra às drogas e seus efeitos danosos.

O lançamento público da campanha aconteceu no dia 30 de agosto no Ganjah Coffe Shop. O evento contou com a mediação de Mc Martina e Pâmela Carvalho, além de falas de parlamentares e figuras públicas como Mônica Francisco, Luciana Boiteux e Carlos Minc. Organizações como a Rede Nacional de Feministas Antiproibicionistas (RENFA), Centro de Convivência É de Lei e Associação Brasileira de Saúde Mental (Abrasme) também tiveram falas de destaque durante o evento. As organizações que compõem a rede da PBPD participaram em maioria do encontro, que encerrou com a banda Afroribeirinhos.

Para acompanhar novas ações da campanha acesse o site vocetambemevitima.com.br

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