Iniciativa Negra

Lançamento de Fórum Popular de Segurança Pública de São Paulo propõe participação social no campo

Participação Social
Segurança Pública e Sistema de Justiça
30/03/24
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Organizações da sociedade civil, movimentos sociais e pesquisadores se reúnem no primeiro encontro do Fórum. O evento aconteceu no dia 28 de março e também contemplou o lançamento do caderno “Chacinas e feminicídios: os casos de Realengo e Campinas” 

A produção de dados em segurança pública e política de drogas no estado de São Paulo ganhou mais uma contribuição na última sexta-feira, dia 28 de março, com a criação do Fórum Popular de Segurança Pública de São Paulo. Reunindo mais de 35 organizações da sociedade civil, representantes do poder público, pesquisadores e pesquisadoras, coletivos e movimentos sociais, a articulação foi organizada pela Iniciativa Negra e Fundação Friedrich Ebert Brasil (FES).

Dentre os principais objetivos do Fórum Popular de Segurança Pública estão a produção de dados para monitoramento e fomento de políticas públicas, promoção do debate na opinião pública e incidência nas entidades legislativas.

O primeiro encontro aconteceu no Instituto Pólis e trouxe temas como orçamento para a segurança pública, a alta letalidade policial em operações na Baixada Santista, o controle e participação social na área, e como populações em territórios periféricos ou em situação de vulnerabilidade são afetadas pelas dinâmicas de policiamento.

O debate também contou com uma análise sobre o movimento de milicianização da polícia paulista e leitura do panorama da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) – este último momento mediado por Juliana Borges, coordenadora de advocacy da Iniciativa Negra, e Marcelo Correia da União de Negras e Negros pela Igualdade (Unegro).

Um dos destaques trazidos nas falas dos participantes, foi a diversidade do Fórum como um espaço para criação de dados composto por atores da segurança pública que vão desde representantes da Defensoria Pública do Estado até mães e familiares de vítimas de violência do Estado.

Neste primeiro encontro estiveram presentes Amparar, Bancada Feminista, Centro de Convivência É de Lei, Conectas Direitos Humanos, FBSP – Fórum Brasileiro de Segurança Pública, FES – Fundanção Friedrich Ebert Brasil, Instituto de Defesa da Memória e Justiça Racial, Instituto Sou da Paz, Mandato da Dep. Leci Brandão, Mandato Movimento Pretas, Mandato Eduardo Suplicy, Movimento Mães de Maio, Ouvidoria da Defensoria Pública do Estado SP, Rede de Proteção ao Genocídio, Rede Reforma, Quilombo Periférico, e Unegro.

Lançamento caderno “Chacinas e feminicídios: os casos de Realengo e Campinas” 

O encontro também recebeu o lançamento do caderno “Chacinas e feminicídios: os casos de Realengo e Campinas”. O estudo realizado pelo Projeto Reconexão Periferias da Fundação Perseu Abramo em parceria com a Iniciativa Negra traz uma qualitativa de um dos recortes da pesquisa Chacinas e a Politização das Mortes no Brasil: estudo de casos.

Segundo o levantamento apresentado no boletim, foram noticiados 42 casos de chacina com motivação de feminicídio, cerca de 111 mulheres vitimadas em razão de serem mulheres. Em chacinas com outras motivações, foram 405 mulheres vitimadas no período de dez anos, entre 2011 e 2020.
Acesse o relatório completo aqui.

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