Iniciativa Negra

Mulheres Negras, Autocuidado Radical e Bem-Viver é tema de debate no Boteco Brasileiro de Política de Drogas em são Paulo

Difusão e Cultura
14/07/23
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Para celebrar o mês da Mulher Negra Latinoamericana e Caribenha, o evento trouxe como foco conversa sobre a política de drogas pelo olhar feminino e feminista do autocuidado radical, bem-estar e as ervas como cura

No dia 13 de julho, o Boteco da Dona Tati recebeu mais uma edição do Quintas pela Democracia, promovido pela Iniciativa Negra nos eventos do Boteco Brasileiro de Política de Drogas. Essa edição traz o debate Mulheres Negras, Autocuidado Radical e Bem-Viver. 

A experiência e perspectiva feminista sobre a política de drogas foram abordadas pelo olhar do autocuidado radical, tendo as ervas como cura e os saberes ancestrais sobre elas, como o uso da cannabis no ramo alimentício. Com o intuito de derrubar a ideia de punição, o bate papo trouxe reflexões sobre a relação das  ervas e as religiões de matriz africana, e as plantas como poder e uma forma de resistência das mulheres  na história. 

Como sempre acontece nos Boteco Brasileiro de Política de Drogas, o tema sobre a guerra às drogas é o ponto de partida. O encontro propôs o diálogo sobre  como essa política afeta diretamente as mães e mulheres das comunidades e levanta questões relacionadas à garantia dos direitos e a dignidade de pessoas presas e a luta pelo fim do cárcere.

Para a roda de conversa foram convidadas a peregrina cultural, cozinheira, educadora, redutora de danos, pesquisadora, idealizadora e CEO do Mundo Fankukies – Soberania Alimentar é Redução de Danos, Natalia Ferreira; a teóloga com especialização em capelania (aconselhamento espiritual e ensino religioso), educadora de política pública e educação popular em saúde e nas PICs- Práticas Integrativas e Complementares, e líder religiosa do Ilê Ase Iyalode Oyo, Iya Cristina D’Osun; a ativista e uma das coordenadoras da Associação de familiares e amigos/as de presos/as e internos/as da Fundação Casa (Amparar), que atua desde 2006 junto a familiares de pessoas presas nos sistemas penitenciário e socioeducativo, Railda Alves; e com a cientista social, especialista em Direitos Humanos, Gestão Pública, Fitoterapia e Nutrição Aplicada à Saúde da Mulher, membro da Associação Brasileira Multidisciplinar de Estudos sobre Drogas – ABRAMD, conselheira do CONED/SP e atual diretora e fundadora do Instituto Nhanderu, organização ayahuasqueira, redutora de danos, Tuca Fontes. A mediação é de Juliana Borges, escritora, conselheira da Plataforma Brasileira de Política de Drogas e coordenadora de advocacy na Iniciativa Negra. 

As Quintas pela Democracia integram a agenda de reuniões realizadas no Boteco da Dona Tati, ponto de encontro oficial para as discussões propostas por Iniciativa Negra, Plataforma Brasileira de Política de Drogas, Centro de Convivência É de Lei, Associação Brasileira de Saúde Mental (Abrasme) e Editora Dandara, acerca da atual política de drogas do país. A população é convidada a refletir sobre temas como guerra às drogas, população negra, ações de redução de danos e cuidado, violência e repressão, saúde e segurança. 

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