Iniciativa Negra
Foto: Amanda Tropicana

Sessão Especial na Câmara dos Vereadores de Salvador destaca a relevância social da Iniciativa Negra e pesquisa Mesmo que me negue  sou parte de você

Artigo
25/11/22
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A Sessão Especial Iniciativa Negra e a pesquisa ‘Mesmo que me negue sou parte de você: Racialidade, territorialidade e (r)existência em Salvador‘ aconteceu na sexta-feira, dia 25 de novembro, no Plenário da Câmara Municipal de Salvador. O evento foi proposto pelo mandato da vereadora Maria Marighella e contou com a participação de representantes do poder público e da sociedade civil, que trouxeram em suas falas os desafios e perspectivas do antirracismo enquanto prática. 

Participaram da mesa nomes como a Promotora de Justiça do Ministério Público da Bahia Dr Lívia Sant’ana Vaz,  o defensor público e a ouvidora geral da Defensoria Pública da Bahia Maurício Saporito e  Sirlene Assis; o assessor especial Secretaria da Igualdade Racial – Sepromi/BA, AIlton Ferreira. A Iniciativa Negra foi representada na mesa pelo co-fundador, Dudu Ribeiro e pela coordenadora de Pesquisa Ana Míria Carinhanha.

A sessão foi presidida pela vereadora Maria Marighella. Na fala de abertura, a vereadora destacou a relevância social da Iniciativa Negra e a importância da pesquisa e produção de dados e explicitou o objetivo do evento “essa sessão quer falar com cada família, cada vida, com cada pessoa impactada com a tal guerra às drogas, que de guerra às drogas não tem nada. Essa sessão quer conversar com a cidade, com aquele indiretamente impactado, mas entendendo que é toda uma cidade diretamente impactada” disse a parlamentar.

O historiador e co-fundador da Iniciativa, Dudu ribeiro, trouxe em sua fala um pouco da trajetória da Iniciativa Negra da sua fundação até o atual momento e contexto histórico em que a maconha foi criminalizada “ o projeto de república no Brasil era se tornar um país branco e exterminar a população negra de várias formas. Quando a gente olha a proibição da maconha 1932, a perseguição da capoeira pelo império, a perseguição às religiões de matrizes africanas, a indígenas, ao samba, tudo fazia parte de um projeto de extermínio”. 

Dudu ribeiro, historiador e co-fundador da Iniciativa Negra. Foto: Amanda Tropicana

O estudo  “Mesmo que me negue sou parte de você: Racialidade, territorialidade e (r)existência em Salvador” foi apresentado pela coordenadora de pesquisa Ana Míria Carinhanha, que trouxe os principais diagnósticos levantados.

A pesquisa

A publicação denuncia disparidades da violência policial em bairros marjoritariamente negros, mesmo quando não são os territórios de maiores ocorrências relacionadas ao porte/uso de substâncias entorpecentes.

A pesquisa foi base para o Projeto de Indicação que recomenda ao Governo do Estado a criação de um Plano Estadual de Redução de Homicídios. O projeto foi aprovado em plenária na semana passada. 

No Projeto de Indicação nº 15/2022, a vereadora Maria Marighella propôs a elaboração de um Plano Estadual de Redução de Homicídios estabelecendo metas de redução de mortes a partir do curto prazo, observando a prioridade da atuação com a juventude negra, construindo iniciativas articuladas e intersetoriais (cultura, justiça, educação, saúde, segurança pública) e, priorizando investimentos de esforços e recursos em territórios selecionados com taxas maiores de violência.

Integrante da Iniciativa Negra segurando a pesquisa 'Mesmo que me negue sou parte de você' na sessão. Foto: Amanda Tropicana
Foto: Amanda Tropicana

A sessão contou com as intervenções artísticas da performer e poeta Rool Cerqueira, na abertura e do comunicador e poeta Lucas de Matos no encerramento.

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