Iniciativa Negra

Iniciativa Negra participa do Seminário sobre Políticas Públicas e Drogas na PUC-SP

Segurança Pública e Sistema de Justiça
21/10/24
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Assessor de advocacy da organização abordou importância da mudança de narrativa sobre o tema para alcançar à sociedade. Ele destacou ainda a conexão com dimensão ambiental.

Imagem: Youtube PUC – SP – Link de transmissão da mesa

A Iniciativa Negra por uma Nova Política de Drogas participou na noite da quarta-feira, 18 de outubro, no auditório da Pontifícia Universidade Católica (PUC), Campus Monte Alegre, em São Paulo, do seminário “Políticas Públicas sobre Drogas – Caminhos para uma Prática Transformadora”. Na ocasião, especialistas e ativistas se reuniram para discutir a intersecção entre políticas de drogas e direitos humanos na mesa “Políticas Públicas sobre drogas – caminhos para a política”. 

O evento teve como objetivo promover o debate analítico e conjuntural sobre as referidas políticas, a fim de contribuir com uma leitura crítica desse campo. Marcos Paulo Muniz, assessor de advocacia da Iniciativa Negra, representou a organização como palestrante e enfatizou a importância de mudar a narrativa em torno das políticas de drogas.

“A proibição das drogas, nos últimos 30 anos, fortaleceu o crime organizado. Precisamos repensar essa abordagem e buscar alternativas que priorizem a saúde e os direitos humanos”, destacou o assessor. Ele disse ainda que a pauta sobre drogas não pode ser sequestrada por um moralismo de extrema direita, que ignora as realidades enfrentadas pelas comunidades marginalizadas.

Marcos também alertou sobre como a criminalização do uso de drogas pode levar à degradação ambiental, com práticas ilegais que afetam ecossistemas e comunidades, em especial pessoas negras, e como é fundamental considerar questões sobre meio ambiente e justiça nas discussões referentes às políticas sobre drogas. “A degradação ambiental e a criminalização das drogas estão intimamente ligadas, especialmente nas comunidades mais vulneráveis”.

Imagem: Youtube PUC – SP – Link de transmissão da mesa

Além de Marcos, a mesa contou com a presença da professora Maria da Graça Gonçalves, coordenadora do núcleo de Políticas Públicas e Desigualdade Social da PUC, que defendeu um equilíbrio entre prevenção e cuidado nas políticas de drogas; Cristiano Ávila Marona, advogado e coordenador da Comissão de Direitos Humanos, que ressaltou a importância de envolver a sociedade na discussão; e Carmen Lopes, profissional que atua na Cracolândia e enfatizou a necessidade de um trabalho intersetorial nas políticas sobre drogas.

Para Maria da Graça Gonçalves, a política sobre drogas não deve de se concentrar apenas na repressão. “A Constituição e a lei de drogas deveriam guiar nossas ações, mas a realidade é que a repressão ainda prevalece”, afirmou a professora, chamando a atenção para a urgência de uma mudança de paradigma. Cristiano Ávila Marona,  enfatizou que “precisamos trazer esse debate [sobre drogas] para as ruas, para as famílias, para que as pessoas entendam que a questão das drogas é uma questão de direitos humanos”. E, Carmen Lopes, mencionou a importância da participação de profissionais que atuam em diferentes áreas, como saúde e assistência social. “Não podemos tratar a questão das drogas de forma isolada. É preciso um esforço conjunto entre diferentes setores para promover a transformação social”.

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