Iniciativa Negra

Iniciativa Negra participa do lançamento do Edital Prêmio Maria Lucia Pereira da SENAD/MJPS

Participação Social
Segurança Pública e Sistema de Justiça
27/11/24
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A Iniciativa Negra por uma Nova Política sobre Drogas participou, nesta terça-feira, 26 de novembro, da mesa de apresentação e lançamento do Edital Prêmio Maria Lucia Pereira, promovido pela Secretaria Nacional de Política de Drogas (SENAD), do Ministério da Justiça e Segurança Pública, em parceria com o Ministério da Igualdade Racial. A organização foi representada por Nathália Oliveira, diretora executiva da Iniciativa Negra.

As inscrições para o edital começaram na quarta-feira, 27 de novembro, e se encerram no dia 20 de janeiro de 2025. O prêmio visa selecionar e premiar até 30 iniciativas inovadoras na Política sobre Drogas, com o valor de R$ 50 mil para cada projeto. O Prêmio Maria Lucia Pereira foi criado em memória de Maria Lúcia Pereira, falecida em 2018, que se destacou no trabalho com a redução de danos por uso abusivo de drogas.

Maria Lúcia foi uma referência fundamental no movimento de População de Rua da Bahia, além de coordenadora do Movimento Nacional da População de Rua. Esta premiação homenageia seu legado e seu impacto na política de redução de danos e apoio a populações vulneráveis. “Esperamos iniciar discussões acerca das possibilidades e dos desafios na construção de políticas reparatórias aos grupos impactados desproporcionalmente no âmbito da política sobre drogas e, ao mesmo tempo, reivindicar o não apagamento da memória dessa grande ativista”, declarou a secretária Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos (Senad), Marta Machado.

Nathália Oliveira, diretora e cofundadora da Iniciativa Negra por uma Nova Política sobre Drogas, participou da atividade e destacou a importância da reflexão sobre a contradição da guerra às drogas que, atualmente, se apresenta de forma tão letal para a população negra, especialmente nas regiões urbanas. Ela apontou que o Brasil precisa olhar para essa questão enquanto ainda é tempo, pois trata-se de assuntos não tocados, que têm gerado danos irreparáveis. E, por fim, enfatizou que temos visto o aumento da letalidade e do encarceramento em regiões empobrecidas, tanto nas áreas urbanas quanto fora delas.

“A gente tem visto o aumento da letalidade e o aumento do encarceramento em regiões pobres, fora do contexto urbano, como no estado do Amazonas, na fronteira do Brasil, além das populações quilombolas e indígenas. É importante para que o Brasil possa olhar para isso enquanto ainda é tempo, pois são assuntos não falados. Hoje, falar sobre reparação em políticas de drogas para a população negra era algo que não se via há 10 ou 15 anos atrás. Então, isso demonstra uma tentativa de construir outros caminhos para pensar a reparação histórica”, disse a cofundadora da Iniciativa Negra.

Também participaram da abertura do encontro a secretária de Acesso à Justiça, Sheila de Carvalho, o secretário Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos, do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, Bruno Renato Nascimento Teixeira; a secretária de Políticas e Ações Afirmativas, Combate e Superação do Racismo, do Ministério da Igualdade Racial (MIR), Márcia Regina de Lima Silva; e a membra do Movimento Nacional de População de Rua, Joana Bazílio.

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