Iniciativa Negra
Relator especial da ONU e representantes de organizações da sociedade civil em reunião.

Iniciativa Negra participa de reunião com relator especial da ONU

Participação Social
12/04/22
Compartilhar

Clément Voule, relator especial da ONU para Liberdade de Reunião e Associação, se reuniu com organizações da sociedade civil para entender os impactos do racismo para a participação social

No dia 7 de abril, a Iniciativa Negra participou da reunião com o relator especial da ONU para a Liberdade de Reunião e Associação, Clément Voule. Lays Araújo, articuladora política da Iniciativa Negra, expôs diversas questões caras para o movimento negro brasileiro, como o investimento crescente nas tecnologias de reconhecimento facial; a exclusão da sociedade civil de espaços de participação social; a falta de uma política continuada de cuidado com pessoas afetadas pela atual política de drogas, a exemplo das diversas ações violentas ocorridas na Cracolândia nos últimos meses.

Diante desse cenário, vemos que o principal ponto de perpetuação do racismo, porém, continua sendo a manutenção da “guerra às drogas”, que gera impactos fatais na vida de pessoas negras e periféricas. Estamos vendo uma escalada sem precedentes da violência policial, e isso é pior em cidades mais negras como Rio de Janeiro e Salvador. Precisamos de uma nova política de drogas, formulada a partir de princípios democráticos que respeitem os direitos humanos.

No dia seguinte, o relator da ONU fez uma coletiva de imprensa, onde desenhou o caminho para diminuir a violência policial no Brasil: descriminalizar as drogas. “O protocolo de luta contra as drogas no Brasil está defasado. Eu diria que 80% dos casos de injustiça que eu encontro nesse país são sempre justificados pela guerra às drogas. (…). Há uma geração inteira de garotos negros que foram equivocadamente assassinados”, disse Clement Voule. O relator fez uma passagem de 12 dias no Brasil, passando por Brasília, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. 

A Iniciativa Negra tem uma produção de conhecimento e atuação constante para evidenciar os impactos danosos da guerra às drogas na vida das pessoas negras e populações empobrecidas. Conheça alguns de nossos materiais:

Racismo e gestão pública: custo das políticas de drogas na Cracolândia

Mesmo que me negue sou parte de você: racialidade, territorialidade e (re)existência em Salvador

A liberdade é uma luta constante: efeitos e permanências do cárcere na vida de egressos e familiares pós-prisão na cidade de São Paulo 

Compartilhar