Iniciativa Negra
Iniciativa Negra participa da reunião da Comissão de Segurança Pública do CNDH

Iniciativa Negra participa da primeira reunião da Comissão de Segurança Pública do CNDH em 2025

Participação Social
Segurança Pública e Sistema de Justiça
04/04/25
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Encontro foi o primeiro do biênio 2025-2026, sob liderança de Nathalia Oliveira, que é diretora executiva da Iniciativa Negra e assumiu a coordenação da Comissão no final de 2024. Entre as pautas, resoluções e recomendações sobre temas como letalidade policial, tecnologias de reconhecimento facial, regulamentação da cannabis medicinal e a criação das “polícias municipais”.

No último dia 11 de março, a Iniciativa Negra por uma Nova Política sobre Drogas participou da 15ª reunião da Comissão Permanente de Segurança Pública e Direitos Humanos do Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH). Este foi o primeiro encontro da Comissão neste ano, e também o primeiro sob a liderança de Nathalia Oliveira, diretora executiva da Iniciativa Negra, que é conselheira suplente do CNDH, e no fim de 2024 assumiu a coordenação da Comissão para o biênio 2025-2026. A reunião também teve a participação de Juliana Borges, coordenadora de Projetos Estratégicos da Iniciativa, que atua na Comissão enquanto conselheira ad hoc.

Reunindo representantes da sociedade civil, agentes públicos e movimentos sociais, a reunião retomou demandas da gestão anterior da Comissão, a fim de dar continuidade aos trabalhos e avançar sobre temas prioritários para este ano. Entre as decisões, foi encaminhada a construção de duas notas públicas, com denúncias e recomendações a respeito dos temas da letalidade policial e das tecnologias de reconhecimento facial.

Também foi criado um Grupo de Trabalho (GT) para tratar da regulamentação da cannabis medicinal e do cânhamo industrial no Brasil, perspectiva aberta em novembro do ano passado por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que deu um prazo de seis meses para a definição de regras pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). De acordo com Nathalia, o GT será formado juntamente com o Conselho Nacional de Saúde e o Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas, para construir “uma recomendação interconselhos que possa ajudar na resposta que o STJ pediu. O prazo já acaba no dia 19 de maio”.

Juliana também destaca a criação de outro Grupo de Trabalho para tratar da criação das chamadas “polícias municipais”, propondo recomendações sobre o cenário crescente de militarização das guardas municipais. Juliana denuncia que “há um desvirtuamento da extrema-direita e de governos que adotam uma perspectiva populista penal-policial, de criação de uma nova polícia. É a moda do momento, todo mundo quer ter uma polícia para chamar de sua. Mas a decisão do Supremo Tribunal Federal não diz que se pode ter polícias municipais. Ela reconhece um papel das guardas civis metropolitanas na Segurança Pública, um papel de prevenção e de relação com a sociedade que, no entendimento dos movimentos sociais, tem sido desvirtuado para policiamento ostensivo e repressão”.

As discussões têm o objetivo de colaborar com a atuação do Conselho Nacional de Direitos Humanos em pautas ligadas mais diretamente a questões de Segurança Pública – tema que é de interesse estratégico na incidência da Iniciativa Negra por uma Nova Política sobre Drogas. Para Nathalia Oliveira, a Comissão oferece um ambiente importante de diálogo e articulação, possibilitando ações amplas e territorializadas de monitoramento das políticas de segurança pública e direitos humanos. “Nossa perspectiva na coordenação da Comissão Permanente de Segurança Pública e Direitos Humanos é desenvolver uma ação nacionalizada. Temos membros de várias regiões do país, de diversos estados, e a gente entende que a comissão pode ser um instrumento para fortalecer a atuação do CNDH de uma maneira mais regionalizada, com uma presença territorial maior”, afirma Nathalia.

(Reportagem por Murilo Araújo)

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