Iniciativa Negra

Iniciativa Negra participa da ExpoCannabis com reflexões sobre regulação da Maconha no Brasil

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Saúde Pública
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18/11/24
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A Iniciativa Negra por uma Nova Política sobre Drogas esteve presente durante os três dias de trocas da ExpoCannabis 2024, em 15, 16 e 17 de Novembro, evento que reuniu pessoas do Brasil e do mundo e que vem se consolidando como um importante espaço para discutir a regulação da maconha no país. Na segunda edição da feira realizada no Brasil, o diretor-executivo da Iniciativa Negra, Dudu Ribeiro, participou de duas mesas no Fórum Internacional, uma das quatro áreas de palestras e cursos do evento.

A participação de Dudu foi marcada por uma reflexão profunda sobre a necessidade de integrar medidas de reparação social para a população negra, periférica e os pequenos agricultores no processo de legalização e regulação da maconha no Brasil. “É fundamental pensar e praticar, a curto e longo prazo, políticas públicas que considerem as injustiças históricas e os impactos devastadores da proibição para essas populações”, destacou Dudu durante sua participação. Ele destacou que o espaço é importante, de celebração de cultura canábica, mas de um processo de resistência das organizações antiproibicionistas, mas que ainda é desigual, e a necessidade que as empresas participantes estejam implicadas também para uma nova politica de drogas no país.

Além de Dudu Ribeiro, a equipe da Iniciativa Negra, composta por Kya Mesquita, Bruna Andrade, Marcos Paulo e a diretora Nathalia Oliveira, também marcou presença no evento, reforçando o compromisso da organização em promover uma discussão ampla sobre o futuro da política de drogas no Brasil.

Uma visão crítica sobre a legalização da Maconha

Com vasta experiência em políticas públicas, Dudu levou à Expo uma análise crítica e transformadora sobre a legalização da maconha no Brasil. Em suas palestras, ele alertou para o risco de transformar a maconha em uma nova mercadoria que ampliaria a disparidade racial no país. “Não podemos pensar em qualquer tipo de legalização que não enfrente os danos causados pela Guerra às Drogas, que é, na prática, uma guerra contra pessoas negras e periféricas. A legalização precisa ser um ato de reparação, que ofereça saúde e justiça para todos, e não apenas para quem pode pagar”, afirmou Dudu.

Em seu discurso, ele ressaltou ainda a importância de regular a maconha de forma que promova não apenas o acesso à substância, mas também o bem-estar das comunidades mais afetadas pela criminalização e pela violência policial. “Precisamos que a regulação da maconha seja um passo no sentido de desmantelar a lógica do proibicionismo, que causou danos profundos à vida de inúmeras pessoas e comunidades no Brasil”, concluiu.

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