Iniciativa Negra

Iniciativa Negra discute interseção entre política de drogas e questões ambientais na Colômbia

Participação Social
Segurança Pública e Sistema de Justiça
29/10/24
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Foto: Divulgação

A Iniciativa Negra por uma Nova Política sobre Drogas participou, entre os dias 21 e 24 de outubro, de uma missão especial à Colômbia com foco na interseção entre política de drogas e questões ambientais. Em Cali, seus representantes participaram da COP da biodiversidade, onde líderes de diversos países se reúnem para debater acordos voltados à preservação da fauna e flora do planeta. Um dos temas prioritários foi a política de drogas na América Latina e como ela impacta diretamente os problemas ambientais, especialmente devido ao narcotráfico e à guerra às drogas.

No dia 23, os diretores da Iniciativa Negra, Dudu Ribeiro e Nathália Oliveira, participaram do III Encontro da Rede Global Contra a Violência Policial, um evento paralelo à COP16. Na mesa em que participaram, foi abordado o tema “Política de Drogas e Perseguição”, reunindo vozes internacionais do campo antiproibicionista. “Encerrado mais um encontro da Rede Global contra a Violência Policial. O massacre racial é global, portanto, as estratégias de resistência precisam estar conectadas e coordenadas”, afirmou Dudu Ribeiro, diretor da Iniciativa Negra.

Foto: Acervo pessoal

A Iniciativa Negra é uma das organizações que assinou a carta final desse encontro, escrita por entidades dos direitos humanos, movimentos sociais e especialistas de vários lugares do mundo. A carta destacou as preocupações e recomendações em termos de garantia de vida para pessoas que vivem em territórios afetados pela violência policial.

Em outra mesa de discussão, no dia 24, Nathália Oliveira participou de um evento organizado pela Secretaria Nacional de Política sobre Drogas e Gestão de Ativos (SENAD) do Ministério da Justiça e Segurança Pública do Brasil. Nessa ocasião, foi debatida a conexão entre narcotráfico e crimes ambientais na Amazônia. A diretora da Iniciativa reforçou a urgência de iniciativas comunitárias que ofereçam alternativas ao narcotráfico em territórios marcados pela violência e racismo. Ela também destacou o alto custo social e financeiro da guerra às drogas, que resulta em mais de 51 bilhões de reais por ano em mortes e nos recursos destinados aos sistemas de justiça e saúde no Brasil.

Foto: Divulgação

Marta Machado, da SENAD, enfatizou como o tráfico de drogas está relacionado à destruição ambiental, exploração de recursos e violação dos direitos das comunidades locais, afirmando que a Amazônia sofre com atividades ilícitas como desmatamento e tráfico de fauna. Ela também apresentou iniciativas da SENAD focadas no Desenvolvimento Alternativo Sustentável e na criação de uma Estratégia Nacional para Mitigação e Reparação dos Efeitos do Tráfico de Drogas sobre as Populações Indígenas, buscando soluções para combater essas crises integradas.

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